MundiArt no Glia
Fauna, Flora e Fábulas
O trabalho dos artistas nos apresenta o contexto de fábulas , lendas e mitologias. Na fábula clássica, à exemplo de La Fontaine, o animal tipificava um herói, porque era um tipo de ser humano. Os bichos agem e falam como homens, é o recurso da inversão: os bichos são homens. Na modernidade a inversão não funciona desta forma. O homem está rebaixado à função de "coisa”. Kafka cria histórias onde coisas aparecem como seres vivos para denunciar o escândalo de que "homens são coisas". Vemos o Recurso da inversão: Quando Esopo quer dizer que os homens são como bichos, ele mostra os bichos como homens; quando Kafka quer afirmar que o natural de nosso mundo é pavoroso, ele mostra o pavor como não-espantoso. Horrível não é acordar transformado em barata, mas a reação das pessoas à isso. Num conto de 1918, Kafka sugere que a babelização do mundo e a multiplicidade de interpretações a ela inerente têm origem num mal-entendido. A Torre de Babel, além de não ser construída, passa a ser vista pelas gerações seguintes como algo inútil e desastroso, onde só um apocalipse poderia parar o processo contínuo de destruição. Da fábula para a discussão: Se, como ouvimos, “tudo é arte”, então nada é arte. Se isto é verdade, o segredo foi descoberto e a mágica acabou. Fica a pergunta de Kafka: "Como terminará isto?”
Lya Alves
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