Pinacoteca do Estado apresenta Portinari na Coleção Castro Maya (São Paulo/SP)

A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta a exposição Portinari na Coleção Castro Maya. Com cerca de 60 obras, a mostra evidencia a relação de amizade entre o pintor Candido Portinari (Brodósqui, SP, 1903 – Rio de Janeiro, RJ 1962), um dos maiores nomes da arte brasileira no século 20, e o mecenas e colecionador de obras de arte Raymundo Ottoni de Castro Maya. Esta exposição já passou pela Caixa Cultural de Brasília e Salvador e também pelo Museu Oscar Niemayer – MON, Curitiba. Com curadoria de Anna Paola Baptista, curadora dos Museus Castro Maya, Ibram / Minc, no Rio de Janeiro.


Abertura dia 10 de abril, sábado, a partir das 11h.
Em cartaz até o dia 06 de junho de 2010.


Portinari na Coleção Castro Maya
A Pinacoteca do Estado apresenta a exposição Portinari na Coleção Castro Maya, com cerca de 60 obras, entre pinturas, desenhos e gravuras, realizadas entre 1938 e 1958. A exposição trata das relações tecidas ao longo do tempo entre Candido Portinari e Raymundo Ottoni de Castro Maya,queresultou na acumulação do maior acervo público do pintor, com 168 obras originais do artista.

O primeiro núcleo da mostra,Colecionador, traz as obras de Portinari adquiridas por Castro Maya em leilões, galerias de arte e no próprio ateliê do artista. Destaque para os trabalhos Menino com Pião,1947, O Sonho,1958, A Barca, 1941, O Sapateiro de Brodósqui, 1941, Grupo de Meninas Brincando,1940, Lavadeiras,1943, e Morro n.11, 1958.

Em Mecenas, segundo núcleo da exposição, são exibidos trabalhos e projetos especiais encomendados por Castro Maya a Portinari, como as gravuras Menino a chupar cana, Trabalhadores do engenho, Retrato de Menino, Velha Totonha e Homem a cavalo,todos realizados entre 1958-59. A última seqüência, Amigo, é composta por registros, fotos, documentos e obras que testemunham o afeto e as afinidades que uniram Portinari e Castro Maya. Destaque para a obra Retrato de Castro Maya,1943. Todos os segmentos se complemen tam com documentos, fotografias e material bibliográfico.

Adquiridos entre as décadas de 1940 e 1960, os trabalhos apresentados na exposição pertencem à Coleção Castro Maya, hoje o maior acervo público de obras do pintor. A coleção teve início em 1943, quando Castro Maya convidou Portinari para ilustrar o primeiro livro da Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil. No Natal daquele ano, o pintor presenteou o colecionador com a tela Retrato de Castro Maya. “A partir daí, encomendas, doações e aquisições foram enriquecendo o acervo e o fluxo de obras continuou mesmo após a morte de Portinari, em 1962”, comenta a curadora da mostra Anna Paola Batista. Castro Maya continuou a negociar e a perseguir as pinturas de Portinari até as vésperas da própria morte em 1968.
Candido Portinari
Nascido em 1903, numa fazenda de café em Brodowski, no interior de São Paulo, Portinari desde cedo manifestou talento para a pintura. O artista começou a desenhar aos seis anos e aos nove participou, durante vários meses, dos trabalhos de restauração da igreja de Brodowski, auxiliando os pintores italianos. Aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, para frequentar a Escola Nacional de Belas Artes. Ainda jovem, ganhou um prêmio de pintura que permitiu a ele se aprimorar em Paris, na França.
Portinari voltou ao Brasil para registrar imagens ligadas ao povo e foi quem melhor retratou a identidade do trabalhador brasileiro, foi cultuado por muitos de seus contemporâneos. Mário de Andrade, por exemplo, considerava que o amigo era a mais útil e exemplar aventura de arte que já se viveu no Brasil. Foi reconhecido nacional e internacionalmente, virou tema de livros e mostras dentro e fora do País. Além de desenhos, pinturas e gravuras, Portinari destacou-se com seus painéis e murais. Alguns exemplos são o Conjunto Arquitetônico da Pampulha e os painéis que decoram o edifício-sede da Organização das Nações Unidas, ONU, em Nova York. A produção de Portinari, ao longo da vida, é estimada em aproximadamente cinco mil obras. Portinari morreu no Rio de Janeiro, em 1962.

Raymundo Ottoni de Castro Maya
Os Museus Castro Maya, no Rio de Janeiro, – Museu do Açude e Museu da Chácara do Céu – nasceram em 1963, quando Raymundo Ottoni de Castro Maya (1894-1968) transformou sua coleção particular em patrimônio público. Hoje, a instituição integra o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) / Minc. Filho de colecionadores, Castro Maya aumentou consideravelmente sua coleção, com obras nacionais e estrangeiras, que foram produzidas entre os séculos 4 a.C. e o século 20. A coleção engloba peças de arte moderna brasileira, arte oriental, arte européia dos séculos 19 e 20, mobiliário, porcelana e prataria, azulejaria e louça do Porto, arte popular brasileira, livros raros, entre outros.

Castro Maya foi editor de livros, criou a Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil, a Sociedade dos Amigos da Gravura, e também foi fundador e primeiro presidente do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; e ainda, presidente da Associação de Amigos do Museu Nacional de Belas Artes e membro do Conselho Federal de Cultura. Na década de 1940, coordenou a reforma da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, e presidiu a comissão preparativa das comemorações do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro.

Pinacoteca do Estado
Praça da Luz, 2 – 11 3324 1000

Aberta de terça a domingo, das 10 às 18h
R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia). Grátis aos sábados

Site: www.pinacoteca.org.br

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