wooly bully: Confidências de uma ex-bullying




"Bullying é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma."- fonte: Wikipédia.


Hoje tá na moda falar do Bullying. Todo mundo quer reclamar porque o filho apanhou. Desconfio muito dessas coisas. Numa época onde os alunos estão qebrando os braços dos professores, colocando açúcar na água de mestres diabéticos e coisas do gênero, eu desconfio.Mas o assunto agora é objeto de um projeto de lei municipal (n. 69/09) na Capital Paulista, de autoria do Professor Gabriel Chalita.Caso o projeto fosse aprovado hoje, o bulling receberia sua primeira definição legal no Brasil. Ficaria definido como sendo: “a prática de atos de violência física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por indivíduo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vítima.” . Na era Geisy(como era mesmo o nome da menina do vestido?), a gente tem que repensar algumas coisas.
Primeiro, criança é um ser malvado e cruel. Quem tem que impor limites são os pais. E é necesário fazer isso antes que se tornem adolescentes, pra que não saiam por aí queimando mendigos. Honestamente, o bullying faz parte da vida infantilm do processo do socialização. É assim: você bate no nerd, e quando ele cresce, se torna seu chefe, segundo Bill Gates. Faz parte do ciclo da vida.
O LADO DO VALENTÃO:Eu batia em todo mundo, quando criança. Mas tinha noção de limites: só batia em quem não batia em mim. E também nas meninas. Não brincava com elas, e não batia nelas. Na alfabetização descobri o quanto uma dócil menina vestida de rosa pode influenciar uma professora, quando Rozana, da minha idade, mas não do meu círculo de amigas, abaixou a cabeça (do nada)e chorando,  disse que eu roubei o apontador dela. A turma inteira se voltou contra mim, inclusive a professora. Quase me lincharam em sala de aula pra qeu eu devolvesse  o apontador(que eu não roubei e que não era dela, era meu). mas eu, enquanto Coração Valente, não devolvi. e também não facilitei as coisas: fechei minha mão e ai daquele que tivesse a ousadia de tirar meu apontador da minha mão.  Nem a professora tentou. Não deu em nada, acho que no fundo, a professora acreditou em mim. Mas então eu me deparei com uma realidade muito cruel: as menininhas de rosa sabiam chorar pra conseguir as coisas, e todo mund acreditava nelas. Afinal, quem acreditaria em mim, cuja fama de valentona ultrapassava os limites da escola, contra uma pink lady?
Descobri esta grande verdade, meu mundo estava divido em três grupos: os que eu podia bater, os que eu não podia bater, e as meninas de rosa. Me manter afastada delas foi o suficiente para não arrumar problemas. Eu tinha amigas, claro, mas nunca as de rosa. E amigos fíéis permitiam qeu eu batesse neles em troca de proteção a outros valentões.
Uma coisa é certa: quem bate, apanha. Mas a gente não conta pra não perder a fama. E quem bate no valentão também não conta pra ninguém, pode não dar a mesma sorte na segunda vez. E nem todo valentão é honesto de encarar a briga sozinho. Eu era, por isso, me respeitavam. Minha sábia avó me ensinou: "quem precisa de turma é cachorro". Era valentona, mas com dignidade. Comprava as brigas de Taís, amigaça, porque eu estudava numa escola particular, e ela era uma das poucas alunas negras. Em todo recreio a gente ouvia xingamentos sobre ela: "preta!" , "Neguinha", essas coisas. E lá ia eu calar a boca do preconceituoso, não com um discurso politicamente correto, mas com o punhos. E tinha um detalhe, na época de Taís eu fiquei mais profissional. Eu gostava de usar braceletes de couro com tachinhas, estavamos na época do Kiss, e eu nunca abandonei esse adorno até hoje. Os braceletes eram de couro com tachinhas de metal e me serviam muito bem como soco inglês.viu? Um bullying politicamente correto.
Tinha tambéma  faceta Bullying lover. eu curtia os amores platônicos, porque me inspiravam pra escrever poesias e me poupavam do tão nojento e inexorável beijo na boca. Então, quando me apaixonava, eu espancava o menino. Lembro de um menino pelo qual fui apaixonada, ele lembrava o Harry Potter, usava óculos, e um dia eu esperei o recreio inteiro por ele, suspirando ao lado do bebedouro. Quando ele chegou,f iquei feliz porque ele me viu abaixou a cabeça pra beber água, eu dei uma pancada na cabeça dele com a mão. A gengiva dele cortou com o cano do bebedouro e quando ele levantou a cabeça, era só sangue: meu grande amor. Depois desse dia, ele me olhava de longe em todos os recreios, não parava de me olhar. que bom, ele me amava também (Hahahahhahah).
Tinha amigos como Marcus, que brigava contra e a favor, mas no final do dia, não fazia diferença, ele voltava pra casa, segundo a mãe dele, com a pele cortada "como um xadrez". Nessa época eu tinha entre 9 e 12 anos (aos 12 me aposentei do bullying), e assistia Thudercats. As garras dos felinos me deram uma nova idéia: eu podia usar também as unhas. Mas as unhas crescendo normalmente não eram  suficiente perigosas. Então passei a cortá-las de forma triangular. Assim era muito perigosas e eu machucava até sem querer. Foi nesta época que as mães começaram  a mandar suas filhas não se aproximarem de mim, porque eu era uma criança violenta. Ninguém falava que eu estava defendendo minha melhor amiga negra , e meu amigão negro contra os mimados da zona sul. Ninguém conta o quanto eles eram covardes. Lembro dos meus doze anos, estava pendurando as chuteiras(digo botas, porque descobri que botas eram melhores do que tênis para um golpe na barriga), e passava o recreio num canto com Taís e Luciana, normalmente vendendo desenhos, afinal, uma criança tem que sobreviver. Um dia os meninos criaram coragem, já que eu estava devagar, e se juntaram pra me bater. Luciana correu, como sempre. Taís sumiu no meio dos garotos.E eu fiquei presa pelos braços no corredor da escola. Parecia cena de filme. Haviam 5 meninos me segurando no braço esqueerdo, e cinco no direito, e nenhum professor por perto. Pátio vazio, hora da morte. Eu sacodia eles, para qeu não tivessem o controle, mas a realidade é que aquele dia eu apanhei muito. Um dia da caça, o outro, vocês sabem... então percebi que a força que os meninos faziam podia ser usada contra eles, afinal, eram 5 de um lado e 5 do outro, e eu, no meio, como cabo de guerra. Uma das coisas qeu eu ensinei a Taís era: "não se importe com a dor". Naquela hora, era tanto tapa na cara que eu nem sabia mais oque era dor, só me importava com a vergonha. Então, movi os braços pro meio, usando a força que eles me deram e bati uns contra os outros, e alguns caíram no chão. Eu me soltei. Quando eles viram que eu estava livre, foi hilário:
- Ela está solta!!!SALVE-SE QUEM PUDER!!!!
Como vêem, o bullying faz parte. Ninguém se matava, e lembro um dia que paramos uma briga para procurar meu brindo qeu caiu, uma argola azul qeu eu amava. Então todo mundo parou pra procurar. Quando achamos, voltamos ao vale tudo.
Criança tem energia demais, adolescente tem hormônio demais. Você tem que canalizar. A "brincadeira de bater" funcionava bem. Eu sempre achei que pais não devem se meter em brincadeira de criança. quando minha irmã era pequena cansei de ver isso: os pais ficavam longe enquanto as crianças brincavam. Vinha uma criança e chorava e chamava o pai: lá estava uma pink lady levando alguma vantagem. Os pais longínquos sempre acreditam que quem está com a razão é quem chora. E filhos mimados sabem muito bem que chorar funciona, Super Nanny que o diga.
Essa lei é palhaçada. Se os pais estivessem por perto, e se os filhos confiassem nos pais, não haveriam excessos. Bullying só é problema quando ultrapassa limites. Linites que pais presentes e atentos observam muito rápido.
Eu certamente seria enquadrada numa jaulinha se essa lei fosse no meu tempo.
Mas o projeto de lei do  Professor Gabriel Chalitanão é que me apavora. A "nova lei da Palmada", de Rosely Saião, essa, me apavora.Esta nova “LEI” está dando o que falar em muitos meios de comunicação e repercutindo rapidamente entre os brasileiros. A nova Lei que o Congresso estabelece o direito da criança e do adolescente de serem educados sem palmadas e beliscões. Numa época de crise de autoridade, isso me cheira a anarquia familiar. Esta “Lei” é mais um pano de fundo para os políticos enganarem o povo. Por que não criam projetos sociais relacionados à educação, ou melhor ainda, projetos que visem o melhor aproveitamento do relacionamento dos professores e alunos nos colégios? Se há um bom relacionamento, uma boa educação dada nas escolas os alunos saem de lá muito mais instruídos do que ocorrem em nossa sociedade e não se tornam pessoas alienadas e saem com uma visão de como devem tratar as pessoas que estão à sua volta. Criem projetos em que os professores são valorizados, pois eles também fazem parte do papel de educação da criança e do adolescente. Projetos de verdade. Não projetos para satisfazer o ego dos pais riquinhos com seus monstrinhos riquinhos.
Pais, eduquem seus filhos da melhor maneira possível, sejam presentes. Não deleguem a outros o que é papel de vocês. Não aprovo violência. Levei minhas palmadas bem dadas, bem merecidas e poucas. Porque foram suficientes para me fazer entender que havia autoridade em casa e que eu tinha que respeitar. Graças a Deus pelas palmadas, porque aprendi que meus atos tem consequências. Muitos pais por aí estão pensando hoje: "Putz criei um monstro", por falta de palmada.
Vejo em Icaraí, zona nobre de Niterói, alunos das escolas mais caras com comportamento inadmissível. As classes mais altas carecem de educação, também. Se aos alunos escolas públicas falta ensino, aos alunos das  particulares faltam pais. Porque muitos destes pais são psicólogos, advogados, médicos e não educam seus filhos. Na verdade, quando os filhos fazem algo errado, mostram-se chocados e não sabem como aquilo ocorreu ou então se posicionam contra os filhos como se eles, pais não fossem co-responsáveis. E falam mansamente para mostra a você que eles são educados, mas os filhos não, e eles não tem nada a ver com isso. Essa gente quer aprovar a Lei da Palmada.
Pelo amor de Deus, queridos,. Com ou sem Lei, garanto a vocês, na minha casa quem manda sou eu. Se for preciso, usarei, sim. Ñão sou a favor da violência, física, verbal ou de outro tipo, mas o Brasil preciso de outra leis mais sérias e urgentes. Palmada, sim, porque seu eu não der umas palmadas, a vida vai  dar. E essas sim vão doer.

Em Cristo,
Lya Alves

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