Guerreiros de Deus se passa na Terra das Águas Escondidas, um local com muitas turbulências. Conheça o início do Império e a origem dos conflitos.
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Prólogo
O Império de Diaurum, o Magnífico.
Fatos registrados no Livro de Crônicas da Terra das Águas Escondidas
No reinado do rei Brisis, houve uma batalha no Planalto central, às margens do rio Xavatis, a fim de impedir a invasão dos escorpiões da terra de Pandinus, nas fronteiras a noroeste da Terra das Águas Escondidas. Esta batalha foi a última participação de Brisis, que morreu ao ser atingido pelo ferrão de um dos soldados do exército inimigo. Seu filho, Brisis II, então primeiro ministro, comandou as tropas de seu pai até a vitória e conduziu o corpo de seu pai de volta, providenciou o sepultamento e em seguida, assumiu o trono.
Brisis II era um excelente administrador, por isso, foi apontado por seu pai como o substituto ao trono. Na época em que assumiu o reino de seu pai, era governador do importante distrito de Shefet, ao Norte; assumir o trono era a consolidação do bom trabalho que vinha realizando.
Pela boa administração e diplomacia de Brisis II, e as campanhas de guerra de seu irmão, Kaluanã, a Terra das Águas Escondidas deixou de ser apenas um reino e logo tornou-se um império. Mas isto gerou divisões. Alguns achavam que o sucesso e a época de prosperidade eram fruto do trabalho de Brisis II, outros achavam que era fruto das batalhas de Kaluanã, que cada dia ganhava mais popularidade como herói nacional. Para garantir que o poder não lhe fosse tomado nem por Kaluanã, Brisis II casou-se com suas cinco irmãs e mandou executar seus sete irmãos, incluindo Kaluanã.
Em nota oficial, declarou luto pela morte dos membros da família real, informando ao povo, que foram atacados por assaltantes na estrada enquanto saíam para um passeio em família. Os corpos nunca foram achados. Garantiu que iria redobrar a vigilância nas estradas para que não houvessem mais perdas de um só habitante sequer de seu Império. Claro, isto iria requerer mais tributos, mas a esta altura o povo não se importava: perderam seu herói de guerra, o homem mais carismático do reino. Também foi a hora propícia para que Brisis II iniciasse a invasão dos territórios a leste da capital, oque Kaluanã sempre se oporá. Pela capacidade bélica superior dos povos do leste, Kaluanã achava melhor tê-los como aliados do que como inimigos. Mas Kaluanã não era conhecido pela sua diplomacia, isso foi interpretado por Brisis II como sinal de covardia.
Brisis, em decreto confidencial, ordenou que os executores dos seus irmãos fossem mortos na fogueira. Porém Caris, um dos soldados sobreviveu. Queimado, desfigurado e movido pelo ódio de um servo condenado à morte por sua lealdade, Caris voltou e reivindicou o poder, afirmando ser Kaluanã. Brisis II estava em campanha contra os povos do leste. Era de conhecimento do povo que Kaluanã nunca aprovara esta inciativa. Quando Caris, fazendo-se passar por Kaluanã, foi a praça principal da cidade, e contou que Brisis II tentou mata-lo, o povo ficou revoltado e irou-se contra seu imperador. Caris afirmou que assim como o imperador havia lançado seu irmão para a morte, estava lançando todo o seu povo, na campanha contra os povos do leste, e por pura ganância.
Foi muito fácil tomar o poder a partir daí. Haviam poucos guardas no castelo, e Caris tinha todo o povo com ele, além de adeptos entre os soldados da infantaria real. O impostor foi aclamado o novo imperador de todo reino. Ironicamente, seu sucesso devia-se ao fato de Brisis II ter escondido do povo o assassinato de sua família, não tendo como provar o fato e nem como desmentir o falso Kaluanã, que passava-se facilmente por seu irmão e teve sucesso encontrando aliados nos partidos de oposição ao governo de Brisis II.
Por outro lado, organizou-se rapidamente uma conspiração grave contra Caris, a fim de restaurar o trono do legítimo sucessor de Brisis II. O líder desta conspiração era Diaurum Praiel, que com outros dez generais, tomou o poder e assassinou Caris, estabelecendo-se no poder.
Mas o movimento liderado por Diaurum não era tão popular, e tinha uma fraqueza: embora tivesse sangue real, não era descendente direto de Brisis. Para impedir oposições que já começavam a se levantar, preparou um documento onde revelou com detalhes as verdades sobre a morte da família real, a origem falsa de Caris, bem como sua verdadeira identidade, aliviando a tensão criada em trono da administração, mas não foi capaz de eliminar a crise interna.
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